A tradição nas mãos dos mais novos.
A Casa do Risco recebeu nos meses de abril, maio e junho cerca de duzentos alunos, do Agrupamento de Escolas de Airães, no âmbito do atelier de Iniciação ao Bordado.
O Atelier decorreu de 20 de abril a 21 de junho, com uma turma do 4.º ano, e de 2 de maio a 13 de junho, com quatro turmas do 5.º ano.
Durante estes dias os corredores da casa do risco encheram-se de animação, tal era o entusiasmo, destas crianças, em aprender a bordar. O atelier teve início com uma visita guiada, durante a qual tiveram oportunidade de colocar questões e tirar dúvidas sobre a forma como se fazem os bordados.
As turmas eram constituídas por crianças oriundas de Airães e das freguesias vizinhas, terras onde a cultura do bordado está muito enraizada.
Neste atelier os mais novos aprenderam a arte de bordar passo a passo. Primeiro as bordadeiras entregaram a matéria-prima necessária, a cada um dos presentes, para a execução do bordado: pano, papelão, linha, papel químico, tesoura e agulha. Posteriormente, as crianças escolheram um monograma com a inicial do seu nome e aprenderam a riscar, tendo por base a sabedoria das bordadeiras, elementos essenciais em todo o processo. Seguiu-se a aprendizagem dos pontos mais comuns: ponto pé de flor, ponto desencontrado e o ponto massinhas e é aqui que as pequenas mãos se entrelaçam com a agulha e a linha dando origem ao bordado.
Assim, rapazes e raparigas dão vida à tradição, que viram nascer das mãos das avós, tias e mães; o resultado são sacos de cheiro bordados que, orgulhosamente, levam para casa, como prova da sua aprendizagem.
Nos dias 19 e 22 de maio, realizou-se, ainda, uma visita guiada a três turmas do 8.º ano, também elas do agrupamento da Escola de Airães, na qual se deu a conhecer a história da Casa do Risco, a sua identidade e a sua missão. Após a contextualização histórica os mais jovens receberam um esclarecimento, sobre a arte de bordar, no qual lhes foram explicados todos os procedimentos e etapas deste ofício.
Os primorosos bordados da sala expositiva despertaram a curiosidade dos mais novos, que se mostraram interessados, colocando várias questões sobre as peças expostas. No final puderam, ainda, observar as funcionárias da Casa do Risco a bordar e perceber, na prática, como funciona esta arte.
