Os alunos do Agrupamento de Escolas da Lixa estão a desenvolver um projeto educativo denominado “Aprendendo com os Romanos” e promoveram uma visita, no dia 4 de abril, em articulação com os serviços do Património Cultural da Câmara Municipal de Felgueiras, a alguns locais com vestígios de ocupação romana no concelho.
Este projeto educativo, desenvolvido pelos alunos do 7º H da Escola Dr. Leonardo Coimbra do Agrupamento de Escolas da Lixa, está a ser coordenado pela professora de História Vera Costa e pelo professor de Geografia Ivo Rodrigues, que pretendem implementar um novo modelo de cenário de sala de aula do futuro. O modelo de ensino envolve três fases essenciais: pesquisar, explorar e mapear.
A visita efetuada no dia 4 de abril, incidiu sobre a rede viária romana/medieval do concelho (Caramos, Pombeiro e Vila Fria) e terminou na Villa Romana de Sendime completa a segunda fase deste projeto.
Os troços viários visitados integram o itinerário principal que ligava Baracara Augusta (Braga) a Augusta Emerita (Mérida). No concelho de Felgueiras este itinerário passava o rio Vizela na Ponte do Arco em Vila Fria e no trajeto para Amarante ainda se conservam alguns troços lajeados – Calçada do Arco-Pombeiro-2 troços na Mouta/Espiuca.
Chegados à Villa Romana de Sendim o grupo de alunos pôde conhecer a domus (casa) que encabeçava esta propriedade rural de época romana. A casa terá sido edificada entre meados do século I e os inícios do século II d.C., tendo sido habitada continuamente até meados do século VI d.C.. O programa construtivo tal e qual o vemos hoje resulta da monumentalização/reformulação do edifício entre os finais do século III e inícios do século IV d.C., época em que a casa foi dotada de uma série de luxos muito comuns nas cidades romanas: termas e pavimentos em mosaicos policromáticos.
Descoberta em 1992, foi só em 1997 que arrancou um projeto de investigação, já com mais de 20 anos, que nos permite conhecer o modus vivendi em período romano através dos objetos exumados nas escavações arqueológicas: cerâmicas de utilização comum na cozinha e na mesa, cerâmicas de luxo importadas (terra sigillata), vidros e objetos em metal.
Algumas destas peças, após cuidadoso restauro e estudo, fazem parte do acervo museológico que está exposto no Centro de Interpretativo que dá apoio às ruínas.
Todo o processo de construção histórica/arqueológica da villa foi explicado aos alunos deste projeto, vincando o carácter multidisciplinar da arqueologia, sendo que esta constitui uma ciência que se articula com várias outras ciências para a interpretação e caracterização das sociedades do passado.
Ao longo de todo o percurso da visita, os alunos fizeram o registo fotográfico e em vídeo de todos os elementos que consideraram mais relevantes, tendo sido criado um mural no padlet, que caracteriza todos os momentos e vestígios visitados.
Concluídas as primeiras duas fases do projeto, seguir-se-á o mapear que irá abarcar a criação de um guião de perguntas que se destinam a entrevistar a comunidade escolar em geral sobre o conhecimento, de cada um deles, sobre o Património Arqueológico, Arquitetónico e Cultural do concelho.
O Município de Felgueiras, através dos seus Serviços de Educação e do Património Cultural, apoia esta iniciativa disponibilizando alguns meios para o bom desenvolvimento deste projeto educativo. Na espectativa de que este género de projetos educativos se estenda a toda a comunidade escolar concelhia, os serviços do município acreditam que estas ações de caráter educativo e cultural que visam a divulgação e consequente preservação do Património Arquitetónico/Arqueológico/Cultural de Felgueiras, são essenciais para a continuidade dos valores históricos e culturais do concelho.
O produto final deste projeto será divulgado através da construção colaborativa de um “Glogster” com o produto da pesquisa, do explorar e das entrevistas, possibilitando que os seus leitores possam interagir com os seus conteúdos.